A Nightmare on Elm Street
1984 / EUA / 91 min / Direção: Wes Craven / Roteiro: Wes Craven / Produção: Robert Shaye, Sarah Risher (Co-Produtora), John Burrows (Produtor Associado), Stanely Dudelson e Joseph Wolf (Produtores Executivos) / Elenco: Heather Langenkamp, Robert Englund, John Saxon, Johnny Depp, Ronee Blakely, Amanda Wyss
“Um dois, Freddy vai te pegar”. Quem era pivete e nunca ficou com medo dessa música cantada por aquelas espectrais garotinhas pulando corda? A Hora do Pesadelo é um dos maiores fenômenos pop do gênero graças ao seu vilão icônico, Fred Krueger, com sua luva de navalhas, chapéu de feltro, blusão vermelho e verde e rosto desfigurado.
A Hora do Pesadelo era um dos meus filmes preferidos da infância. Lembro-me perfeitamente da primeira vez que ele foi exibido na televisão no SBT, na década de 80. Eu tinha gravado ele em VHS e assistia quase todos os dias. Sabia as falas de cor. E sim, eu era uma criança sadia. Falando nisso olha só que naipe o comercial de 1989 quando o filme foi exibido na TV.
A produção teve vários toques de mestre de Wes Craven que a transformou em um sucesso de crítica e bilheteria, além de colocá-la no panteão como um novo clássico do terror. Entre eles, a originalidade de criar um assassino indestrutível que ataca nos sonhos, utilizando o subterfúgio do medo inconsciente que as pessoas têm de pesadelos. Craven usou esse terreno para poder criar ambientes e situações oníricas, surreais e soturnas. O visual assustador de Freddy com o rosto todo queimado representa a personificação do mal e os efeitos visuais vanguardistas na época ajudaram a espalhar essa sensação de medo primitivo, com mortes extremamente elaboradas e sangrentas.
E mais importante que tudo isso, é que A Hora do Pesadelo é infinitamente mais inteligente e adulto, podemos dizer, do que todos os filmes slasher de adolescentes sendo perseguidos por maníacos nos anos 80. Ele bebe na fonte da literatura gótica e apresenta personagens com perfis psicológicos distintos e bem definidos, diferente dos jovens idiotas que só prestavam para serem mortos, como em Sexta-Feira 13, por exemplo.
Fred Krueger ataca adolescentes que têm problemas tanto de ordem social quanto psicológica e que na maioria dos casos, são oriundos de famílias disfuncionais. Por exemplo, Tina, a primeira vítima do assassino. Logo na primeira aparição do vilão, ao acordar de um pesadelo, ela é repreendida pela mãe, que logo em seguida é interrompida pelo namorado, brigando para voltarem a cama e continuarem com a trepada que a filha dela interrompeu. Daí já percebemos que Tina é filha de pais divorciados e tem uma mãe piranha, que no dia seguinte vai viajar com o namorado para Las Vegas, deixando a filha em casa sozinha. Já Rod Lane, namorado de Tina, é um daqueles bad boys incorrigíveis. Já teve passagem policial por baderna e tráfico de drogas. Nancy Thompson, a heroína virginal, por sua vez também é filha de pais separados e sua mãe é alcoolatra.
E todos estão envolvidos nesse balaio de gato porque Fred era um assassino pedófilo de crianças, que acabou sendo solto devido a uma falha burocrática do sistema. Os pais revoltados querendo proteger seus filhos, resolvem fazer justiça com as próprias mãos e o aprisionam em sua casa, queimando-o vivo. Anos depois, ele volta a atacar os filhos dos responsáveis pela sua morte em seus sonhos, já que ele não pode se materializar na vida real.
Craven teve a ideia de escrever o roteiro de A Hora do Pesadelo, quando leu uma série de artigos do L.A. Times sobre o grande número de crianças tailandesas que morriam durante o sono após sofrer de terror noturno e ter inúmeros pesadelos subsequentes. E pegou emprestado o nome de outro vil assassino que já havia idealizado antes, Krug de Aniversário Macabro. Robert Englund encarnaria o titio Freddy para colocá-lo de vez no hall da fama dos filmes de horror.
O mais interessante de se assistir A Hora do Pesadelo em detrimento de suas outras sete sequências (sem contar o crossover com Jason e o bom remake de 2010), é que Freddy é realmente um sujeito aterrador em sua primeira aparição. Sua maquiagem de rosto é mais feia, ele é mais cruel e sinistro. Mete um baita medo, enquanto nas sofríveis continuações ele adquire uma nova persona, transformando-se em um falastrão piadista, com sacadinhas jocosas e frases clichês antes ou depois de matar suas vítimas (sendo a mais célebre delas dita em A Hora do Pesadelo 3 – Os Guerreiros dos Sonhos, quando ele enfia a cabeça de uma jovem dentro do tubo da televisão e solta: “Bem-vinda ao horário nobre, cadela”).
Três fatos curiosos sobre A Hora do Pesadelo: Seu roteiro foi ignorado por todos os grandes estúdios, exceto pela Disney (??!!!). A New Line topou fazê-lo, com um orçamento de 1,8 milhão de dólares, faturou mais de 25 milhões de dólares na bilheteria e criou uma das franquias mais lucrativas do estúdio; Johnny Depp faz aqui sua primeira aparição no cinema, com 21 anos de idade; E em determinada noite, Nancy está assistindo televisão e o filme que está sendo exibido é A Morte do Demônio, que foi a retribuição de uma homenagem a Sam Raimi, que em seu filme havia colocado o pôster de Quadrilha de Sádicos, de Craven, no porão da cabana na floresta.
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1001 • 1980 • freddy krueger • garras • heather langenkamp • johnny depp • new line cinema • pesadelo • robert englund • slasher • wes craven
41 Comentários
[…] e seriam venerados pelos fãs, como o caso de Jason Voohrees de Sexta-Feira 13 e Freddy Krueger de A Hora do Pesadelo, juntando-se aos setentistas Michael Myers de Halloween e Leatherface de O Massacre da Serra […]
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Olá Cara Parabens pelo Seu Blog Curti Demais Gostaria de Saber se Vc Sabe Como se Chama a Trilha Sonora Do Hora do Pesadelo 4 Aquela Musica Que Toca bem No Começo.Abraço
Oi Paulo. Obrigado!!!! Que bom que você curtiu o blog.
Olha, tem ela aqui no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=qISBchczu3k
Abs
Marcos
Clássico. Veio uma ideia na minha cabeça doida de um dia fazer um spin-off com o nossos equivalente nacional em pesadelo de unhas compridas: Zé do Caixão. Pense num filme com ele atacando nos sonhos e cortando too mundo com aquelas unhas
Vixe, ia ser sinistro! Apesar de achar que aquelas unhas dele não iria cortar muito não…
O “A Hora do Pesadelo 2010” um bom remake?
Eu curto, Paulão. Mas sabe né, gosto é que nem braço…
Porra, véi. Eu acho aquele remake um dos piores filmes que eu vi na minha vida. hahahahaha.
Ah cara… Todo mundo gosta de algo vergonhoso de vez em quando. Parem de praticar bullying comigo!
O lado positivo do remake é a seriedade. De resto, foi a mera repetição das cenas do primeiro, mas tirando tudo o que tinha de mais legal como o carisma dos personagens. Até mesmo a (boa) ideia que lá pelas tantas aventaram do Freddy ter sido a vítima inocente de um terrível engano – ótima desculpa para ele voltar como um demônio a buscar o “assassinato da inocência”, nas palavras do próprio Craven – foi simplesmente jogada no lixo em nome da repetição insossa.
Ah! O curioso que esqueci de comentar é o climaço que a arte do início do remake consegue imprimir. Ironicamente, vc pensa ” caraca vai ser um filmaço!” :/
Esse remake é pra ter pesadelos mesmo.
[…] em sua versão sem cortes. E um detalhe curiosíssimo é que ele entrou em cartaz no mesmo dia de A Hora do Pesadelo, e mesmo com um lançamento limitado, chegou a faturar meio milhão a mais que o filme de Freddy […]
O melhor filme da série A Hora do Pesadelo. Sinceramente depois desse, Freddy virou comédia.
[…] continuação consegue pegar todos os pontos positivos no original A Hora do Pesadelo de Wes Craven e cuspi-lo fora. E apesar da direção de Jack Sholder (do bom Noite de Pânico) ser […]
[…] a qual Pretorius se transforma, feita por Mark Shostrom (que ainda nos anos 80 fez maquiagem de A Hora do Pesadelo, Videodrome – A Síndrome do Vídeo e Uma Noite Alucinante 2). Além disso, vale a pena destacar […]
[…] de tudo é que A Maldição de Samantha é o começo da decadência da carreira de Wes Craven pós A Hora do Pesadelo. Após uma bem sucedida trinca do diretor, que conta com os excelentes Aniversário […]
[…] do Terror e XB: Galáxia Proibida e também tem em sua filmografia Criaturas, a quarto e quinta de A Hora do Pesadelo e Abominável Criatura, aquela bisonhice baseada na obra do Lovectaft. Então já […]
[…] e seriam venerados pelos fãs, como o caso de Jason Voohrees de Sexta-Feira 13 e Freddy Krueger de A Hora do Pesadelo, juntando-se aos setentistas Michael Myers de Halloween e Leatherface de O Massacre da Serra […]
[…] Hora do Pesadelo 3 – Os Guerreiros dos Sonhos, depois do A Hora do Pesadelo original, é o melhor filme da franquia. E claro que isso se deve a volta triunfal de Wes Craven à […]
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[…] um clima realmente soturno que vimos bastante em A Hora do Pesadelo original e também em sua terceira parte, aqui é resgatado em um exímio trabalho, até que Freddy […]
[…] O cineasta errático que dirigiu preciosidades como Aniversário Macabro, Quadrilha de Sádicos, A Hora do Pesadelo e A Maldição dos Mortos-Vivos, tem também na sua filmografia umas bombas de doer, incluindo o […]
[…] sua máscara, uma preparação clara e cristalina (e até uma homenagem à sequência inicial de A Hora do Pesadelo, com Freddy construindo sua luva de garras), mas a New Line decidiu cortar a cena para guardar a […]
[…] de forma brilhante com nada menos que a trinca Aniversário Macabro, Quadrilha de Sádicos e A Hora do Pesadelo, o sujeito dirigiu algumas bombas memoráveis até então, como A Maldição de Samantha e Shocker […]
[…] Depp, aparecendo em um comercial de TV antidrogas para o chapado Spencer. Claro que você sabe que A Hora do Pesadelo foi a estreia do rapaz nos cinemas. E no campo do quase, Peter Jackson originalmente havia sido […]
[…] franquia que dá início a uma quase infindável cinesérie, como aconteceu com Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo, por […]
[…] é mais uma tentativa de emular Freddy Krueger e se iniciar uma nova série slasher aos moldes de A Hora do Pesadelo e Sexta-Feira 13. Um personagem é morto de forma cruel e volta à vida munido de uma arma cortante […]
[…] a volta de Craven na direção e roteiro do último filme da franquia que ele ajudara a criar em A Hora do Pesadelo, há exatos dez anos, e principalmente, traz o vilão com suas garras, eternizado por Robert […]
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[…] cópia carbono um dos outros, isso sem contar as infindáveis cineséries, tipo Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo e Halloween, gerando tubos de dinheiro e arrastando uma grande quantidade de público aos […]
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Homenagem ao clássico do terror…confira!
Acesse a descrição do vídeo e conheça a Banda Libertino.
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[…] 13 é excelente até O Capítulo Final e depois Jason Vive também é ótimo. A Hora do Pesadelo tem o querido Os Guerreiros dos Sonhos e o incrível O Novo Pesadelo. Halloween 2 – O […]
[…] assassino pedófilo antes de virar churrasquinho, cenas dos outros filmes clássicos da série A Hora do Pesadelo, e a ideia dele ludibriar Jason fazendo se passar por sua mãe, uma vez que ele perdera seus […]
[…] Mortal Kombat é uma saga de jogos muito querida pelo gamers afora. Um dos principais fatores que fez a franquia ser famosa foi a extrema violência que o jogo apresentava, dando a possibilidade aos jogadores de assassinar seus oponentes ao fim da partida (que por sinal é muito prazeroso fazer naquele personagem apelão) nos clássicos Fatalitys. Em Mortal Kombat, reboot da série lançado em 2011 para PlayStation 3, Xbox 360, PSVita e PC, foi incluindo entre os lutadores disponíveis o clássico assassino Freddy Krueger, da série slasher A Hora do Pesadelo. […]